O igarapé que dá nome ao território e onde Joaquim foi “feito” é um dos cursos de água que delimitam o quilombo, e também o único meio acesso a ele. Dali que vem o tucunaré, o pacu, o tambaqui e muitos peixes que enchem as mesas da comunidade. Além da pesca, a agricultura e o extrativismo garantem a alimentação e a geração de renda à maioria das famílias. Na floresta, há espécies nativas de frutas como açaí, patauá, bacaba e cupuí. E da roça vem abacaxi, banana, milho, melancia, feijão, arroz, mandioca, batata e cará. Tudo sem agrotóxicos!
Para seu Joaquim, fazer roça também faz parte da cultura e tradição quilombola. Segundo ele os roçados dos seus antepassados, que chegaram à região do rio Erepecuru fugidos da escravidão, estão de pé até hoje.
E a sabedoria da lida com a terra é passada de geração para geração. É assim para Gervasio, 57, filho de Joaquim e liderança quilombola do Ariramba. “Eu aprendi com meu pai. A partir dos 4 anos eu já andava para a roça com ele. Eu dava conta de amontoar uma mandioca, já ia adiantando alguma coisa. Aprendi fazendo”, conta.