Artistas indígenas resistem a invisibilidade e se expressam no mundo através de suas produções criativas

Texto: Equipe Uni     Artes: Lucas Rodrigues

A maioria dos brasileiros que mora em cidades costuma ter pouco contato com as culturas e a diversidade de povos indígenas que vivem no Brasil. São quase 900 mil pessoas pertencentes a 305 etnias e falantes de 274 línguas indígenas diferentes, segundo o Censo IBGE (2010).  Isolados, com territórios demarcadas, ou morando na cidade, os primeiros habitantes do país resistem a séculos de invisibilidade e incorporam as tecnologias e hábitos do mundo contemporâneo sem perder suas identidades.

No campo das artes, cada vez mais a população indígena vem abrindo espaço para se expressar e ser ouvida, transmitindo sua cultura. Muitos deles têm organizado exposições, manifestações culturais e reflexões sobre a vida indígena no Brasil de hoje. São músicos, fotógrafos, cineastas, veículos de comunicação e muitos outros artistas que revelam o mundo por seus olhares. Vem conhecer alguns deles!

Fonte: Instagram @Djuena_Tikuna

Na música não faltam estilos musicais para essa lista. A começar por Djuena Tikuna, cantora, jornalista e ativista, ela foi a primeira indígena a se apresentar no palco do Teatro Amazonas, em Manaus.

Já o Oz Guarani é um grupo de rap indígena dos guerreiros Guarani Mbya. Assim como os parentes e pioneiros Brôs Mcs, o grupo de São Paulo tem músicas em guarani e também em português. E já que o assunto é rap, não podemos esquecer da Katú representando as minas. Para os mais ecléticos também tem a banda heavy metal Arandu Arakuaa, os versos de resistência de Kaê Guajajara ou as canções potentes de Matsi Waura Txucarramãe.

Esses artistas e muitos outros você encontra na Rádio Yandê. Primeira rádio indígena online do Brasil. Além de música, dá para acompanhar as últimas notícias sobre a questão indígena por meio de textos, reportagens especiais e fotos. Na internet tem ainda a Mídia Índia, página do Facebook voltada para comunicação feita por indígenas e para indígenas e a Rede de Comunicadores Indígenas do Rio Negro.

Quem busca novos olhares precisa ver os cliques da fotógrafa Tayná Sateré. Ela mostra o cotidiano de sua região com fotos singulares. E no cinema, vale acompanhar os trabalhos de Kamikia Kisedje e dos coletivos de audiovisual Ascuri e Beture. Tem também jogo de videogame feito pelo coletivo audiovisual Beya Xinã Bena, do povo Huni Kuin.

Fonte: Instagram @DenilsonBaniwa

Nas artes visuais, Denilson Baniwa faz do trabalho com pintura, desenho, ilustração e etnocomunicação sua resistência política. Naná Kaingang e Mavi Morais trazem para as colagens a visão da juventude indígena e da força feminina.

Se o assunto é literatura, Daniel Munduruku é um dos autores mais conhecidos, graças a sua vasta obra de livros infantis. A frente do Instituto Uka, o escritor também está escrevendo também para gente grande. Eliane Potiguara é outro nome de peso nesta lista. A escritora, poeta, ativista, professora e empreendedora já correu o mundo levantando reflexões sobre as questões das mulheres indígenas.

A culinária também é uma forma de expressão, e é por isso que primeira chef indígena do Brasil, Kalymaracaya, não poderia faltar nesta lista. Nascida na Aldeia Bananal (MS), ela quer levar a gastronomia terena para o mundo.

Agora, para quem quer conhecer mais de perto tantas dessas culturas, há eventos voltados exclusivamente para este intercâmbio. Como o encontro de Cultura Huni Kuin, que proporciona uma experiência cultural e espiritual imersiva na floresta Amazônica.

Na Chapada dos Veadeiros, acontece todo ano a Aldeia Multiétnica, um evento para promover trocas e unir os povos indígenas para fortalecimento de suas culturas.  Já em São Paulo, o Yby Festival irá reunir em novembro de 2019 diversos estilos musicais produzidos e cantados por artistas indígenas.

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